07 janeiro 2011

Sociodrama

Técnica de intervenção pedagógica e terapêutica dirigida à mudança de comportamento nos grupos. Foi desenvolvida por Jacob Moreno, nos EUA, no decorrer dos anos 30 do século XX. Partindo da avaliação dos problemas sentidos no passado e no presente da vida de um grupo, tenta chegar a formas adequadas de resolução das situações e conflitos mais delicados. 

Este processo passa pela dramatização das experiências individuais dos vários elementos do grupo que entram no "jogo da cena". É a vida, a cultura do próprio grupo, que é dramatizada, encenada como teatro, que, no entender de Moreno, permite ao grupo ganhar consciência, como num jogo típico de espelhos, dos problemas que o atravessam e, ao mesmo tempo, reflectir sobre as formas adequadas de intervenção. 

A técnica pressupõe cinco elementos: a cena, o palco (que representa a vida, com a particularidade de ser um local onde tudo é possível), os sujeitos/"pacientes" (que compõem o grupo, a quem se pede que sejam eles mesmos, que actuem como normalmente o fazem na vida real, expressando livremente os seus sentimentos – elementos do mesmo grupo podem trocar os papéis), o sociólogo ou psicólogo (na figura de analista e coordenador do grupo), os assistentes do analista (que intervêm ajudando a clarificar os papéis) e, finalmente, um auditório (que simbolize a sociedade onde o grupo vive normalmente e que funcione como espelho dos seus comportamentos). 

Como acontece com o psicodrama, a nível individual, parte-se do pressuposto de que, com esta técnica, os grupos tornam as suas normas de comportamento mais flexíveis. Tudo isto porque se assume que os vários sujeitos que compõem o grupo, ao representarem as próprias personagens e "vestindo a pele" de outros, libertam-se do isolamento e tomam consciência das suas atitudes. 

O sociodrama foi bastante criticado, por ser redutor, daí que alguns autores tenham sugerido que fosse completado com técnicas da psicanálise. A técnica do sociodrama, juntamente com o psicodrama, é utilizada, na actualidade, como prática de intervenção da psiquiatria, da psicologia clínica, da formação e da consultoria.