Sigmund Freud, pai da psicanálise, demonstrou que a psicologia individual e a psicologia de massas não são contrárias nem contraditórias. O seu estudo sobre o dinamismo do mundo interno de cada um demonstrou que mesmo sozinhos agimos psiquicamente em grupo.
Desta feita, a psicanálise freudiana acaba por ser um instrumento de afinidade natural com os processos que envolvem os grupos, pois o entendimento do psiquismo de um indivíduo serve como referência para o entendimento do funcionamento de um grupo.
Na visão freudiana, os grupos são um agente que potencializa os impulsos mentais de um indivíduo, configurando-se também uma inter-relação constante e dinâmica do indivíduo com o outro, tanto objectiva quanto subjectivamente.
Tais características da psicanálise fazem com que ela seja viável para o entendimento do que é social, servindo como exemplo a diversidade existente em um grupo terapêutico e a diversidade existente no psiquismo de cada indivíduo.
Assim, a psicologia que estuda a diversidade de um grupo – chamada de psicologia social – e a que estuda a diversidade dos personagens no psiquismo de um indivíduo – chamada de psicologia individual – podem utilizar a mesma ferramenta de estudo – a psicanálise de Freud.
No entender de Freud, o social tem o papel de agente formador e transformador, uma vez que o filósofo identifica como tendo um papel determinante na formação da personalidade as primeiras relações do indivíduo – família. A importância que Freud dá às primeiras relações do indivíduo com a sua família denotam a essencialidade do grupo na vida de um indivíduo. Com estas conclusões, Freud avança que tanto o grupo age sobre o indivíduo como o indivíduo age sobre o grupo, tornando-se assim as duas faces da mesma moeda – não são iguais, se bem que contribuem para aquilo que cada um é e para o que a moeda é no seu todo.